sábado, 18 de junho de 2022

Conselhos para mim mesma

 - Toda escolha é uma renúncia.

- Não se faça de vítima.

- Assuma suas responsabilidades, se elas doerem ou se forem de felicidade.

- Veja o lado bom da vida

- seja positiva

- olhe para o passado apenas para servir de lição e aprendizado

- não sofra por aquilo que não te agrega

- lembre que a vida real é bem diferente do que a gente fantasia

- tudo passa. Passa o que é ruim e o que é bom. 

- deixe doer, se for preciso chore. Não segure as suas emoções. Chore tudo e depois vire a página

- não tome o veneno que as pessoas jogam em você

- seja firme em dizer não quando for preciso e se mantenha na sua opinião

- libere as pessoas para seguirem a vida delas, não ache que você é sempre responsável pelos outros

- não tente agradar todo mundo, aliás desagrade mais

- estude, aprenda, movimente o seu cérebro

- movimente seu corpo, mesmo naquele dia que você não tem força

- procure ajuda 

- seja clara, fale, fale, fale, lembre que a comunicação é a diferença entre a salvação e perdição.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Poderia ser so mais um numero na estatistica

Esse post estava nos meus rascunhos, anos depois resolvi publicar.
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Desde que nos mudamos para a Austria, esse ano de 2012 foi o ano que passamos o maior numero de dias no Brasil. Foram duas viagens e entre os dias que ja se passaram e os de agora em dezembro se somam quase 75 dias de Brasil.

Desde que nos mudamos essa foi a nossa sexta viagem em familia cruzando o Atlantico.

Desde que nos mudamos se passaram quase 4 anos.

Desde que nos mudamos nos esquecemos de como eh viver e sobreviver em uma grande metropole como Sao Paulo.

E no ultimo sabado viemos com toda a nossa programacao de ferias pronta. Os presentes de Natal comprados, as lembrancas para os amigos, os chocolates que fazem agrado na alma, as esperancas renovadas de matar as saudades dos familiares, de fugir do inverno, de aquecer nao so o corpo, mas o espirito renovando as energias para voltar para casa ainda mais feliz.

Engracado que pela primeira vez, sai de Viena com um sentimento estranho. Quando arrumava as coisas que ficaram, por varias vezes me peguei pensando em como seria se eu largasse tudo do jeito que ficou e como seria se eu nao voltasse mais.

Nao sei se era um pressentimento ou somente a dor de se despedir mesmo que brevemente do lar, do nosso aconchego. Cheguei a comentar com o marido e com o filho quando o aviao levantou voo que eu gostaria de ja estar voltando para Viena. Os dois me acharam meio louca por nao querer aproveitar as ferias. Nao sei que tipo de sentimento era aquele. Mas foi diferente do que todas as outras vezes que deixamos a cidade.

Apos nossa tradicional parada em Amsterdam, seguimos viagem para Sao Paulo e tudo correu naturalmente. Aquele sentimento estranho passou e aproveitamos a viagem. A Mariana pela primeira vez deu menos trabalho, assistiu os filmes do aviao, comeu bem, dormiu uma soneca, enfim, tudo normal.

Chegamos em Sao Paulo e apos a chatice de passar pela imigracao e pegar as malas, tomamos um taxi da Cooperativa de taxis de Guarulhos para o Hotel Transamerica que fica bem proximo do aeroporto de Congonhas, pois a nossa proxima viagem sairia no dia seguinte de manha desse aeroporto. Para ficar menos cansativo sempre dormimos uma noite em Sao Paulo antes de seuir viagem.

Quase 1 hora e meia de taxi cruzando a cidade, chegamos no Hotel. O Serginho que estava no banco da frente eh o primeiro a desembarcar, depois o marido e por ultimo saio eu com a Mariana dormindo no meu colo. Assim que eu desci e subi os degraus para o Hall do Hotel percebi um rapaz puxando a minha bolsa que estava no braco do marido. O marido ainda ficou segurando a bolsa e tentando tirar a mao do rapaz que parecia ser da idade do Serginho. Ele nao havia percebido que outro rapaz estava junto e naquele momento estava roubando o relogio do taxista. Eu gritei para o Sergio soltar a bolsa, acordei a Mariana e ele tambem percebeu a arma que estava na outra mao do assaltante menor de idade.

O Serginho que eh muito agil, ao perceber o assalto, jogou a mochila dele para tras de um pilar e tentou pegar a mochila do pai para esconder, porem nesse momento o assaltante maior de idade percebeu e apontou a arma para ele e mandou ele jogar a mochila. Ele jogou e ficamos nos quatro de frente para os dois assaltantes armados.

Eles nao atiraram e fugiram.

Ate aquele momento eu estava muito calma. Por ter trabalhado em banco, cansei de assistir palestras de seguranca e tenho muita serenidade para responder a esses episodios de violencia gratuita. Inclusive ja passei por outros tipos de situacao e nunca sequer me abalei. Nunca reagi a assalto e por isso gritei para o marido soltar minha bolsa, ja que por ele ja entraria em luta corporal com o rapaz, sem pensar muito nas consequencias que essa atitude teria.

Porem dessa vez foi muito diferente. Foram os meus filhos que ficaram expostos a essa violencia. A Mariana que acordou com o meu grito para o marido soltar a bolsa, viu tudo. Ela viu quando o Serginho jogou a mochila e, gracas a Deus, ela nao compreende o que realmente aconteceu. Para ela o Sergio jogou a mochila fora e por isso agora nao tem mais o DVD que estava dentro.

O Serginho porem tem nocao exatamente do risco que ele sofreu, que todos sofremos. Pelo que varias pessoas comentaram depois, os assaltantes nao se contentam somente em levar os seus bens, em seguida eles estao matando, como se somente esse sentimento de impotencia nao fosse dor suficiente para que a gente tenha que superar.

Eu nao consigo imaginar como seria a minha vida nessa segunda-feira de manha caso alguma daquelas duas armas tivessem sido disparadas em qualquer um de nos.





segunda-feira, 3 de junho de 2013

Já vivi outras vidas.

As vesperas do aniversario de 17 anos do meu filho, várias coisas passam pela minha mente. Nao sei se é fruto de um inferno astral ja que estamos no mes em que entro no meu ultimo ano da década dos trinta. Logo, logo vou deixar de ser uma balzaquiana. Falta pouco mais de um ano para que eu passe a ser quarentona. 

O estranho de tudo isso é que nao me sinto "envelhecida". Talvez pelo fato de ser mae de uma crianca de 3 anos, ainda me enquadro no grupo das maes de bebes, ou quase bebes. Mas tambem estou no grupo das maes que tem filhos adultos, afinal 17 anos já nao é mais adolescente (ou ainda é?)

Moro na Europa, mas sinto que foi ontem que morava no interior do Parana. Nao trabalho fora, mas parece que larguei meu emprego a muito menos tempo do que já é. Nao sonho mais com trabalho, mas tambem nao me sinto afastada do mundo corporativo. Ainda sei conversar sobre assuntos que nao envolvam roupas lavadas, comidas, casa cheirosa e filhos birrentos. 

Nao sou velha, mas as vezes tenho a impressao de que caberia muito mais de uma vida dentro da minha. 

Como pode alguem mudar da água para o vinho (nesse caso um vinho especial, saboroso e encorpado)? Como descobrir novos prazeres quando tudo parece se resumir a uma unica rotina? Incrivel, mas eu sei a resposta. Melhor: eu encontro sempre a resposta. 

Espero que assim seja. Que as respostas estejam ao meu alcance e quando nao estiverem, que a vida me forneca escadas para alcanca-las. Nao é pedir demais...