quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Vó Dalila

 A vó Dalila foi a única vó que eu conheci. Eu sou a neta mais velha dela. E sempre foi assim que me senti. Como a primogênita, pois a questão de sangue nunca fez diferença. 


Foi com ela que aprendi, ou tentei aprender, a fazer crochê e tricô. No quartinho onde tinha minha cama onde eu passava as férias ficava a máquina de costura que sempre me fascinou . 


Das minhas memórias lembro do fogão azul sempre com uma sopa para a janta. O cheiro de lenha queimando do fogão onde ela tostava uma fatia grossa de pão caseiro com margarina. Nas minhas férias não faltava doce de abóbora em pedaços e me lembro de algumas vezes sairmos juntas em busca de alguma obra pra pegar um pouco de cal pra fazer a preparação. Lembro da despensa sempre com ervas amargas pra fazer um chá. Ela era mestre de saber que folha usar para cada tipo de sintoma. Numa época que não se falava da importância de probióticos, ela já tinha kombucha sempre numa jarra de chá. E eu achava super estranho aquela alga fermentando. Sinto até hj o cheiro do pão assado no forno a lenha. Lembro da lata de banha de porco que era usada pra tudo.


Foi com ela que vi pela primeira e única vez ovo de cobra quando saímos para pegar ramos pra fazer vassoura de bater o terreiro. 


Quando fiquei grávida ela fez casaquinho e sapatinho de lã para o Serginho e para a Mariana. E a primeira vez que viemos para Brasil com a Mariana com 2 meses, quando cheguei ela já me aguardava na sala da casa da mãe, 


Dela eu sempre me lembrarei com muito amor e sei que ela também sentia isso por mim. 



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