Sempre que escrevo sobre algumas questões da maternidade uso como base a minha própria experiência de mãe a quase 15 anos. Não posso afirmar que aquilo que digo seja sempre a melhor forma de resolver alguma situação, ou a resposta verdadeira sobre os problemas e as questões que vão surgindo ao longo do tempo. Posso sim afirmar que é ou foi a melhor forma de resolver as questões dentro daqui de casa, e que nem sempre isso será verdadeiro na casa do vizinho. E nessa minha experiência posso afirmar também onde foi que eu errei (onde acho que errei) quando algum assunto não foi bem resolvido.
Uma das questões que mais me desgastaram, e creiam até hoje me desgasta, é a questão da cama compartilhada com o Serginho. Na verdade quando ele era bebê ele nem dormia muito na nossa cama. Tivemos sim um quarto compartilhado. O Serginho deu muito trabalho para dormir a noite. Desde sempre, e muitas vezes até hoje ainda dá. Por ter sido hiperativo seu sono não é pacífico, ou seja, usualmente ele acorda falando, berrando, levanta e bate as portas, praticamente um sonâmbulo. Isso até hoje funciona assim. E quanto maior for a agitação durante o dia certamente pior será a qualidade do seu sono a noite.
Então que para minimizar as nossas idas até o seu quarto resolvemos que ele dormiria conosco. Pelo menos até ficar um pouco maiorzinho. E assim foi. Quando ele tinha 3 anos o marido foi trabalhar fora do Paraná e só voltava de fim de semana. Nessa época eu fazia faculdade e trabalhava o dia todo. Então até para ficar um pouco mais com ele durante a noite acabamos dividindo a minha cama. Nos fins de semana quando o marido chegava e ele teoricamente deveria dormir no seu lindo quartinho planejado, obviamente ele preferia ficar conosco e acabávamos levando o colchão dele para o nosso quarto.
Isso foi até os 9 anos quando nos mudamos para SP e retornei a vida de casada com marido toda a noite em casa. Daí sim a porca torceu o rabo. Não havia meio de fazer ele dormir no quarto dele. Tentamos todos os métodos possíveis, desde o carinho até o castigo, mas nada fazia ele dormir sozinho. Por fim fizemos um acordo. Ele poderia dormir uma noite por semana comigo até ter 10 anos. No dia que fizesse 11 o acordo automaticamente estaria desfeito e cama com a mamãe never more.
Tenho a impressão que os 11 anos soavam como uma profecia mortal para ele e essa época foi uma das que ele mais deu trabalho na escola.
Enfim os 11 chegaram a cama compartilhada estava proibida em casa. Só era liberada quando o pai estivesse viajando e pasmem isso acontece até hoje, beirando os 15 anos.
Houve uma época que o marido dizia que ele não dormiria sem ouvir uma pergunta: "posso dormir com a mãe hoje?" Muitas vezes essa pergunta ainda se repete nos dias de hoje, mas com muito menos intensidade.
Por todo esse estresse com a cama que eu tinha jurado que a Mariana nunca dormiria comigo, só no seu próprio bercinho. Inúmeras vezes durante a madrugada fiquei com ela no colo, ou no máximo me estiquei na bicama que tem no quarto dela, mas não levei para a minha cama.
Fiz de tudo para evitar que ela acostumasse a dormir só perto dos pais.
Mas, quando fomos para o Brasil por vários fatores acabamos dormindo juntas. Foram 45 dias dividindo a mesma cama.
Pensei que quando voltasse colocaria as coisas no eixo normal, mas não consegui. Hoje em dia ela dorme só o primeiro sono no seu berço. Na primeira vez que acorda não há meios de fazê-la dormir sem ser na cama. Posso ficar esperando ela pegar mais forte no sono para colocá-la no berço, mas parece que ele tem espinhos. Basta colocar ela lá para começar o choro.
Ou seja, meus antigos pesadelos estão vindo a tona.
E o pior é que esse problema de cama compartilhada afeta muita mais pessoas do que a gente imagina. É tudo muito bonito, gostoso, quentinho e aconchegante enquanto a criança é pequena, mas depois vira um tormento. E tenho várias amigas que passam pela mesma situação com crianças maiores.
Então cá estou pedindo ajuda para os universitários. Alguém tem uma sugestão de como fazer para a criança voltar a se acostumar com o berço? Como faz para ela voltar a aprender a dormir sozinha? Alguém tem algum relato bem sucedido de como resolver essa questão enquanto ela ainda é praticamente um bebê?
Antecipadamente agradeço a atenção e as sugestões serão bem vindas.
Bjs a todos
Lu