quarta-feira, 25 de maio de 2011

Minha primeira aula de alemão

E entra na sala uma jovem senhora, no alto dos seus 100 quilos, cabelos longos, cara de quem trabalhou como Super Nanny, me olha e diz: - Guten Morgen. Ich heiße Rossana. Und wie heißem Sie?


E eu com a maior cara de ponto de interrogação. Mentira. Essa pergunta já era das minhas conhecidas e também se não fosse ia acabar deduzindo a resposta.



Para estreiar uma nova fase da minha vida e por absoluta necessidade de comunicação, me matriculei na aula de alemão. Hoje foi a minha estréia e diga-se de passagem até que fui bem. É claro que o fato de estar a mais de dois anos aqui ouvindo diariamente alemão, seja nas ruas ou pelos meios de comunicação, ajudou bastante. 

Quando eu disse absoluta necessidade é porque a partir de setembro a Mariana iniciará no kindergarten e eu preciso ao menos entender algumas coisas básicas para me comunicar com os coleguinhas e seus pais. Nem tanto com as professoras ou diretora da escola porque aqui todo mundo fala inglês, praticamente. É pelo fato de termos optado por uma escola austríaca e não internacional e todo material e reuniões são em alemão, obviamente. E isso exigirá de mim um tanto de esforço extra para compreender tudo o que se passa. 

O que realmente achei legal é começar uma língua do zero. Acho que a grande maioria dos brasileiros alfabetizados tem uma noção do inglês quando estudaram em escola. Mas alemão a gente não tem a menor intimidade. Isso porque tenho uma descendência nos primórdios da era pré-histórica de alemães na família. Mesmo assim tudo é muito novo. 

Enfim, achei muito legal. Por enquanto vou fazer dois dias por semana enquanto o marido cuida da Mariana e depois quando as aulinhas começarem, aumentarei o ritmo. Nesse primeiro momento estou fazendo aulas individuais no Berlitz, mas conforme a conversação comece a fluir pretendo fazer mais aulas em grupo. 

Animadíssima. Sintam o fluxo das emoções. Espero que mantenha esse nível de motivação pelos próximos meses. 

E isso aí seu alemão, pode vir com tudo. Freut mich.
Bjs

Lu

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dou conta não

Quando eu escrevi que terminaria os posts sobre a viagem de Páscoa até julho alguns acharam que usei uma figura de linguagem, daquelas bem de exagero mesmo. Era nada. Ando numa lerdeza que mais parada que eu só tartaruga empalhada.

Enfim, tenho lá meus motivos.

O primeiro e mais delicioso deles é a primavera. Cês não tem idéia. Está praticamente impossível ficar dentro de casa com o sol brilhando até mais tarde. Aqui em Viena tem anoitecido depois das 8 da noite. Em compensação tem amanhecido por volta das 4 e meia da madruga. (Isso me lembra para providenciar urgentemente um blackout para as janelas dos quartos).

Outra é a falta de motivação para escrever. Não sei o que aconteceu, mas estou meio de saco cheio, sabe como é? Não acho mais tanta graça nas questões materno-infantis. Aprendi e aprendo a cada dia mais com a blogosfera, mas tem algumas coisas que já passaram da época para mim. Não dá mais para escrever quantas vezes a Mariana fez cocô, se come, se não come, se dorme, etc.

Daí não sei se sou eu que estou rabugenta mesmo, ou se só voltei a minha condição normal de chatice. Porque vamos combinar que eu sou gente boa, mas as vezes sou meio "invocada" mesmo.

E cheguei a uma conclusão: preciso de assunto. Assunto novo. Assunto bom. Coisa diferente. Coisa legal. Me entenderam?

Ainda estou procurando meu rumo. Vamos ver quando eu vou achar e se é que vou achar.

Volto em breve, I promise.

Bjs

Lu

quarta-feira, 4 de maio de 2011

10 segundos de distração

- Dei banho
- Coloquei pijama
- Dei janta
- Dei água
- Mas esqueci de jogar fora a água da banheira

E o que acontece quando eu tenho 10 segundos de distração?


PS: é engraçadinho, mas super perigoso. Com criança não dá para dar um segundo de bobeira. Olho vivo nelas.

Bjs
Lu

domingo, 1 de maio de 2011

Florença


A idéia de ir até Florença surgiu de uma exigência do Serginho. Desde que ele foi com a turma da escola no ano passado ele vinha nos cobrando para irmos todos juntos conhecer essa cidade da região da Toscana na Itália. Nessa mesma época também estava passando a novela Passione e muitas cenas mostravam a cidade e a bela região da Toscana.

Então que resolvemos que assim que surgisse a oportunidade viajaríamos para a Itália. A primeira idéia seria irmos de carro e até já tinha feito um roteiro bem mais amplo visitando várias cidadezinhas e seguindo depois para Roma. Porém alguns fatores acabaram nos fazendo optar pela viagem de avião. O primeiro porque as passagens aéreas na Europa são baratas, se compradas com certa antecedência, e também porque a Mariana continua com uma certa restrição as viagens de carro. Esses tempos atrás fomos para Praga, uma viagem de cerca de 4 horas de Viena e foi bastante desgastante conseguir mantê-la na cadeirinha.

Passagens compradas, hotéis reservados e pontos turísticos a serem visitados na ponta da lingua, lá fomos nós. Embarcamos na sexta-feira de Páscoa depois do almoço e as duas da tarde já estávamos em Florença.

A primeira impressão da cidade, ainda dentro do taxi, foi muito boa. Uma cidadezinha pequena com colinas e casinhas charmosas. Nos hospedamos no Hotel Londra bem próximo da estação de Trem Santa Maria Novella.

Falando em Hotel acho que é bom fazer uma pequena pausa para algumas explicações. Sempre reservo hotéis pelo site booking.com. Os pontos que levo em consideração para fazer a reserva são: preço, localização, se tem internet grátis, nota que o booking deu para o Hotel, comentários dos clientes, se for o caso de viajar com o Pepe se aceita animais e no caso de estarmos de carro se possui estacionamento ou quanto custa um estacionamento privado.

A questão da localização para quem tem criança pequena é fundamental. Antes da Mariana nascer nos arriscávamos a ficar em lugares mais longes e consequentemente mais baratos, porém com ela tudo é diferente. Precisamos ficar em locais que tenham uma boa opção de restaurantes próximos, que possamos nos locomover o mínimo necessário em transporte público e que tenham um conforto maior do que uma categoria turística proporciona. Quando você não tem filhos pequenos normalmente utiliza o hotel somente para dormir, porém com bebês e crianças menores você provavelmente via ficar um pouco mais de tempo no quarto. Muitas vezes depois do almoço levamos a Mariana para o Hotel para dar uma descansada do passeio, tirar uma soneca e recarregar as baterias para mais um passeio a tarde. Por isso a necessidade de um conforto maior e uma localização privilegiada.

No caso de Florença tive o azar de escolher um Hotel bem localizado, porém com péssimo serviço, muito pouco conforto e caro. Apesar da nota altíssima no booking e bons comentários, o hotel não representava o que dizia ser. Era um hotel 4 estrelas, mas na minha avaliação seria 2 estrelas.

Ah, para não errar normalmente gosto das redes porque tem sempre o mesmo padrão ao redor do mundo, porém estamos com dificuldades de reservar no Ibis ou Mercure porque eles não aceitam 4 pessoas no mesmo quarto. E para reservarmos um quarto extra para o Serginho, o custo acaba ficando acima do que pretendemos gastar.

Voltando a viagem, depois de deixarmos a mala no hotel fomos conhecer a cidade.


O Serginho tinha razão quando falava que Florença tinha história para todos os lados. Além de ser o berço do Renascimento, os edifícios tem muita arquitetura diferenciada, as ruas são estreitas, a cidade ferve de turistas, tem uma boa comida (como sempre na Itália) e os preços não são caros. Precisa dizer algo a mais?

O primeiro lugar que visitamos foi o Duomo. Na realidade a praça conhecida como Duomo é composta pela Catedral, pelo Campanil de Giotto e pelo Batistério. A Catedral começou a ser construída em 1294 e é famosa pela sua cúpula, obra prima de Brunelesco entre os anos de 1420 a 1434. A arquitetura é gótica e a fachada com pedras verdes e brancas dão o diferencial desta praça.


Catedral ao fundo, Batistério a esquerda e Campanil de Giotto a direita.

Campanil de Giotto.

Seguimos nosso passeio e fomos até a Piazza della Signora, onde se encontram o Palácio Velho, o Pórtico dos Lansquenetes e a Fonte de Netuno.

Parte da Piazza della Signoria.

Anexo também se encontra o Ufizzi que abriga as obras dos Renascencistas e é um dos principais museus da cidade.

Uma cena muito comum de Florença são as pinturas feitas no asfalto, feitas por artistas da região, cópias de pinturas famosas.





Foto da entrada do Palacio Vecchio.

Continuamos caminhando sentido ao Rio Arno para observarmos mais um cartão postal da cidade: a Ponte Vecchia. A particularidade dessa ponte é que existem casas pequenas nos dois lados. Foi construída por Neri di Fioravante em 1345.



Continuamos nosso passeio até a Basílica di Santa Croce, que também abriga famosíssimas obras de arte de importância histórica. A sua construção iniciou-se em 1294 por Arnolfo di Cambio.

Da Basilica retornamos para o Hotel, uma caminhada de cerca de 40 minutos. Aproveitamos para tomar um banho, pois logo teríamos que sair para jantar.

Sobre os restaurantes. Em Florença existem muitas boas opções de restaurantes tradicionais italianos. A boa notícia é que os preços não são exorbitantes e os pratos além de serem bem servidos, são também muito gostosos. O vinho da região é o famoso Chianti, que particularmente achei maravilhoso. Uma garrafa de um Chianti Clássico custa em torno de 18 euros. Super recomendo. As massas custam por volta de 10 euros e segundo prato em torno de 18 euros. Eu não guardei o nome dos restaurantes que nós estivemos, mas pelo que observei nos menus é que os preços não variam muito e acredito que a qualidade também não seja tão diferente.

Do jantar direto para o Hotel, pois já estávamos bastante cansados com as andanças do dia.

Uma dica que posso dar para quem tem interesse em ir a Florença e entrar nos museus é comprar o ticket pela internet. Você escolhe a hora e evita de ficar nas filas. Eu já sabia dessa dica e acabei não fazendo isso em casa antecipadamente porque não sabia como seria ir para um museu com a Mariana, se existem escadas, etc.

O que aconteceu foi que na primeira noite em Florença tentei fazer a compra pela internet, mas já não existia disponibilidade para o dia seguinte e as filas tanto no Ufizzi quanto na Academia nos desanimaram. Ou seja, ficamos sem ver uma das principais razões de se visitar Florença que são os museus e as obras de arte.

O Davi de Michelângelo que é um dos cartões postais da cidade só foi visto por nós a réplica localizada na Piazza della Signoria. (O Serginho não se conformou de não termos ido aos museus e segundo ele nossa viagem foi a maior perda de tempo).


De qualquer forma, mesmo não entrando nos museus conseguimos ver muita coisa interessante e aprender muito sobre a história da cidade.

No dia seguinte resolvemos ir a Pisa e passamos quase o dia todo lá (história para outro post). No retorno no fim da tarde ainda passeamos por Florença e visitamos a Capela dos Médicis.

Fachada da Basílica de São Lourenco, onde está localizada a Capela dos Médicis.

Florença em seu processo de expansão foi disputada por diversas famílias poderosas. Entre elas, sobressaiu-se uma família de banqueiros, a dos Médicis. O primeiro dos Médicis foi Cosme I chamando "O Velho" que governou até a primeira metade do século XVIII e elevou Florença a categoria de cidade-farol do Humanismo e do Renascimento. Nessa mesma época surgiram os personagens como Leonardo da Vinci e Michelângelo.

Na capela estão localizados os túmulos da família dos Médicis. Apesar da parte exterior ser bem simples, de pedra bruta, internamente ela é muito bonita e abriga diversas obras de arte, especialmente dois púlpitos de bronze de Donatello. Dessa vez a fila não era grande e acabamos entrando para conhecer sendo nosso último passeio em Florença. No dia seguinte logo cedo partiríamos para Roma.

Em resumo gostamos muito de Florença. Os únicos pontos negativos foram o Hotel e o fato de não termos visitado os museus. Acredito que dois dias sejam suficientes para se conhecer a cidade e os principais pontos túristicos.

Numa próxima viagem eu incluíria conhecer a região da Toscana de carro (assim como era o plano original), especialmente nessa época do ano em que os campos estão todos floridos e dando uma beleza maior ainda.

É isso. No próximo post eu conto como foi o nosso dia em Pisa.

Bjs

Lu