domingo, 25 de abril de 2010

Criando filhos na Europa

Oi pessoal

Quando estive no Brasil, mais especificamente no período em que estive hospedada na casa da minha grande amiga Arlete em São Paulo tivemos uma conversa sobre as diferenças entre criar filhos numa grande cidade como São Paulo e criar filhos aqui em Viena. Peço licença para a minha grande amiga, mas vou relatar o que conversamos e as nossas conclusões a respeito disso.

Bom, a questão é a seguinte: quando você mora afastada de todos os seus parentes mais próximos e ainda por cima tem uma barreira de língua, costumes e clima que impedem um contato social mais profundo com as pessoas que te rodeiam, a conclusão é que você vira muito mais intimista do que é e a sua família passa a ser muito mais importante do que você considerava antes. Isso não quer dizer que antes eu não desse o devido valor a minha família (entendendo que o conceito para família nesse sentido é o menor núcleo da casa, no meu caso: eu, marido, Serginho, Mariana e Pepe). Mas que hoje em dia eles são muito mais fundamentais e que estamos muito mais unidos do que antes.

Especificamente no caso do Serginho que já é adolescente, creio que aqui em Viena ele está muito mais "família" do que estaria em São Paulo nessa idade. Um dos fatores é que aqui nós temos que fazer o nosso lazer juntos. Não existe conceito de condomínio com área de lazer e principalmente vizinhos adolescentes próximos. Temos que ir juntos ao restaurante porque não existe tanto delivery (diga-se de passagem: bom) igual a São Paulo. Se ele quer ir a piscina no verão, vamos nas piscinas públicas de Viena. Não existem muitas quadras de futebol com adolescentes jogando então sobra jogar tênis, pois na cidade existem muitas quadras indoor e que só depende de 2 jogadores: pai e filho. Também percebo que o Serginho ainda é bem mais infantil que a maioria dos amigos brasileiros que ele conversa via msn. Praticamente todos já tem namorada, vão para baladas teen, viajam sem os pais de férias, compram Playboy, e pasmem tomam Smirnoff Ice (espero que nenhum esteja fumando).

Nesse sentido o poder público também colabora na educação, pois aqui é impossível comprar bebida, revistas, filmes, seja o lá que for sendo menor de idade. Esses dias atrás pedi para o Serginho passar no caixa de uma loja um DVD de um filme cuja classificação era de 16 anos enquanto ficava com a Mariana do lado de fora e ele não conseguiu comprar. Talvez o que seja mais fácil de comprar sem idade permitida seja cigarro, pois são vendidos em máquinas eletrônicas e talvez até por isso tanta gente fume por aqui (incluindo adolescentes).

Concluindo, até agora estou achando que uma das melhores coisas que aconteceram foi a nossa vinda para cá nessa fase do Serginho. Seja pelas inúmeras oportunidades de conhecer outros países, culturas, esportes, linguas, amigos que com certeza ele não teria no Brasil, mas acima de tudo por ele estar mais ligado conosco e valorizando ainda mais o nosso convívio. Espero que continue assim.

Bjs a todos

Lu

12 comentários:

  1. Lu, Isso eh verdade o sentido de familia quando estamos longe eh bem forte. Estamos fora a 10 anos e sempre foi eu e meu marido, e agora a C. Conversamos em casa e com certeza nessa fase de adolescente nao estaremos mais em Londres, pois nao eh uma cidade para se criar filhos como Vienna. Ou estaremos de volta ao Brasil ou em outro lugar, justamente pot esses motivos que vc falou. Moramos em Bruxelas e vimos q os adoslescentes sao criados de forma mais rigida , o que eu acho excellente. Que sorte vc teve com seu filho de estar ai nessa fase. Bjs

    ResponderExcluir
  2. Oi, Amiga

    É verdade, se vc estivesse aqui ele já estava querendo sair com amigos, o que preocupa muito a nós, mães. Não adianta dizer que precisamos confiar neles. Confiamos, mas e a violência, as companhias, o que eles vão encontrar por aí é que nos deixa sem saber se estamos exagerando ou não. Precisamos ser muito firmes para não perder nossos filhos para um mundo desconhecido. Esse "viver em família" faz muito bem para os adolescentes, pois eles ainda estão construindo valores que servirão para a formação de sua personalidade. E, nada como formar um cidadão com o convívio e o amor familiar.
    Falando em comprar coisas "proibidas para menores", esta semana assisti a uma reportagem aqui sobre isso. Crianças pedindo para qqr pessoa que passava na rua para lhes comprar revistas, cigarros e até bebidas. O povo comprava sem falar nada. Fiquei impressionada: será que eles gostariam que fizessem isso com seus filhos?

    Que Deus continue abençoando esta família maravilhosa que amamos muito!
    Saudades...

    Bjs no coração!

    ResponderExcluir
  3. Com certeza, a europa tem uma ambiente bem mais saudável para se criar filhos. Qualquer idade.

    ResponderExcluir
  4. Adorei o relato. Assim o Serginho ganhou a liberdade de não virar um adulto antes do tempo.
    Ainda sobre o assunto de criar filhos na Europa, uma amiga cuja filha nasceu na Inglaterra (hoje ela tem 10 meses) me disse também que as pessoas não ficam pegando nos bebês dos outros. Nooossa, meu sonho!

    ResponderExcluir
  5. Lu, adorei o post! EStamos ha 1,5 ano fora, nao sabemos quantos mais ficaremos por aqui. Parece pouco tempo, mas nos dois ja moramos aqui por alguns anos antes. Quero , como a Carol, que a Babi tem uma educacao mais rigida. Esta coisa muito li beral nao esta comigo. Que bom que seu filho esta ai, e podendo curtir cada fase da vida - e nao pulando como acontece! bjs

    ResponderExcluir
  6. Oi Lu, encontrei seu blog por acaso e estou gostando das leituras. Eu tenho uma filha de 1 aninho e nós temos planos de morar na europa um tempo pra estudar. Sempre suspeitei que aí o ambiente é melhor para as crianças e concordo com sua análise.

    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Oi Lu,
    Eu concordo contigo. Aqui tem essa coisa mais infantil mesmo, que já acho diferente dos EUA tb, por exemplo. Que bom que seu filho está se adaptando bem à vida aqui na Europa e espero que continue crescendo com um bom discernimento e cada vez com mais de cultura, vivência e juízo.
    bjos

    ResponderExcluir
  8. Lu,
    tbm acho aqui melhor para criar filhos. Ontem mesmo estava conversando com o Bebeto sobre isso. Que pena que as coisas no Brasil nao sejam como aqui e que bom que temos a oportunidade de poder pesar os prós e contras e optar, enquanto a grande maioria dos pais nao tem a mesma chance.
    Beijos e uma linda semana pra voces!

    ResponderExcluir
  9. Oi Lu,

    E sem falar que a gente não fica sendo motorista deles, né? Moro em Viena também e adoro saber que posso dormir sossegada, enquanto as minhas meninas estão nas baladas delas, que não preciso sair de pijamas para buscá-la, correndo o risco de ser assaltada em qualquer sinaleira. Isso não tem preço.
    Aaaaaamo esse lugar. Aaaah,mas aaaamo meu Brasil também, por tantas outras coisas. É a beleza da vida. Aqui é bom por isso e ali é bom por aquilo. O importante é aproveitar o que há de melhor nos quatro cantos do mundo. E vc Lu, sabe fazer isso muito bem.
    Que bom, que estamos no mesmo canto.
    Beijo

    Iram

    ResponderExcluir
  10. 6 vacinas de uma só vez?? Ô, pobrezinha! Haja coração! O meu já se despedaça com duas... Ah, se pudessem me furar em vez!

    ResponderExcluir
  11. Oi... Adorei seu blog... Estou te seguindo...
    O meu tb é sobre meus pensamentos, uma mulher que é mãe, esposa, sonhadora e que trabalha fora e dá conta de tudo....
    http:\\mamaequetrabalha.blogspot.com/
    Me visita quando der

    ResponderExcluir
  12. Realmente, Lu, aí vcs têm um ambiente muito melhor não só para adolescentes, como para as próprias crianças. Eu, como mãe de menina, detesto o consumismo desenfreado, as roupas de putinha e outras coisas disponíveis no mercado (e na cultura) para crianças ainda em idade pré-escolar. Medo!
    Beijos

    ResponderExcluir