segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Divagando sobre a felicidade

Tenho pensado e refletido muito nos últimos dias. Não por falta do que fazer, já que a nossa viagem transatlântica está se aproximando e tem muita coisa para ser feita até lá. Mas acho que é um estado emocional mais aflorado talvez por culpa do inverno que se aproxima.

Esses dias eu revivi a época que terminou a licença maternidade do Serginho. No dia que ele estava fazendo 4 meses, aquele pequeno ser que só mamava no peito e não tinha idéia de que a mãe ficaria todo dia, mais de 12 horas longe dele. Que período horrível. Não que a volta da licença maternidade seja para todo mundo assim, mas para mim, de longe foi um dos piores momentos da minha vida. Descontente com o serviço que eu fazia, minha angústia só aumentava cada vez que ligava para a minha irmã e ouvia aquele ser pequenininho chorando e sendo obrigado a tomar mamadeira e comer papinha antes da hora em que estava pronto para isso.

Ainda que eu tinha na época a ajuda da minha irmã que foi babá full-time dele até os 2 anos de idade e morava a menos de 2 quilômetros da casa da minha mãe. Então ele tinha o melhor cuidado, depois do meu.

Daí me encontro hoje em dia sem a loucura de um dia-a-dia profissional. Sem trabalhar sobre pressão, não tendo que entregar metas, sem gerenciar pessoas, sem fazer com que os funcionários façam aquilo que eles mesmos consideram impossível. Deixando de ter que lidar com tipo de pessoa, desde os mais gentis até aqueles mais detestáveis. Sem ficar noites sem dormir preocupada com a reunião do dia seguinte, com o cliente que estava prospectando, com os negócios que surgiriam ou não. Sem estar ansiosa ou feliz com o bônus que estava chegando, sem pensar na minha avaliação semestral. Nada.

Eu me permito sentir saudades desse tempo, mas sinceramente não troco a melhor época profissional pelo que sinto hoje em dia.

Todo dia tenho uma emoção diferente. Um beijo antes roubado, hoje é dado. A emoção de ver essa criaturinha tão pequena dando os primeiros passos. Os barulhos, as falas, os risos, a felicidade ingênua e tão sincera. A reação a uma comida diferente.

A emoção de ver como o Serginho está crescendo. Uma nota boa, outra nem tanto. O gosto de ficar com os pais, numa fase em que os demais estão se distanciando a cada dia.

Perceber que somos uma família. E como família temos os nossos problemas, mas estamos juntos encontrando as soluções.

E principalmente feliz em conseguir perceber isso. Conseguir ver a felicidade nesses pequenos gestos, nas pequenas conquistas. Ter tempo e maturidade para saborear essa felicidade diferente. Para isso não há bônus no mundo que pague.

Bjs

Lu

18 comentários:

  1. Com certeza, Lu! Na verdade, o bônus é justamente poder acompanhar de perto o desenvolvimento dos seus filhos, é poder ter tempo para eles e para vc (embora eu saiba que esta última parte seja um pouquinho mais difícil, frente aos zilhões de afazeres domésticos).
    Beijo grande

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  2. Nossa, Lu, que lindo. Altamente inspirador.

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  3. Amiga,
    que lindo! Que bom saber que você está feliz fazendo o que sabe fazer de melhor. Basta olhar para seus filhos pra ver o quanto você se dedica a eles. Amei seu post!

    Amanhã nos vemos?

    Beijinhos

    Iram

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  4. Amei esse post!
    Acho que vou ser conhecida como a maior manteiga derretida da blogosfera ever. Mas não dá pra não dizer que me emocionei ao ler tuas palavras.

    E oba! tambem temos viagem transatlantica marcada... (sorrio, só de lembrar) apesar das milhões de coisas a fazer antes de...


    Lindo post!


    beijos

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  5. Que lindo post.
    Essa é a felicidade que devemos buscar, aquela que é grátis, que encontramos dentro de casa e que sempre é tão boa de sentir.
    Acompanhar o crescimento dos nossos filhos é um presente mútuo, pra eles e pra nós. Beijo e parabéns

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  6. Lu,
    Poderia fazer das suas palavras as minhas. Eu também não troco a vida que tenho hoje pela que levava antes. Sei que da um pinguinho de saudade, o que é normal, pois é legal vc trabalhar, ser reconhecida e ter a independência financeira. Mas acompanhar cada etapa, o sorriso e a alegria inocente das nossas meninas, aaahhh, isso não tem preço!
    Eu costumo dizer que estou numa grande pausa e quando passar a fase da primeira infância da Bê e quando ela e o seu irmãozinho forem para a escola, ai sim, retomo com afinco os meus planos!
    Beijo e otimo inicio de semana pra vc : )

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  7. O legal é você conseguir reconhecer isso. E talvez a experiência anterior tenha sido essencial pra que você, na sua experiência atual, consiga reconhecer e dar valor a tudo isso.
    beijo grande!

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  8. obrigada pelo texto!
    era td o que eu precisava ler hoje... digo que não é fácil a profissão mãe no brasil!
    bjos

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  9. Oi Lu!
    Muito bom seu post...
    melhor ainda saber q vc está feliz e realizada.
    bjao

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  10. Lu, sem demagogia alguma, fiquei muito emocionado ao ler o seu Blog e agora posso imaginar o quanto voce sofreu e tambem o Serginho, por nao ter conseguido aproveitar da sua companhia nos primerios anos de vida. Porem, tenho a certeza que voce esta tentando compensar essa ausencia com o Serginho, mesmo com a dedicacao que nossa pequena exige. Eu acho que as coisas acontecem na epoca certa, talvez, se fosse naquele tempo, nao teriamos maturidade para fazer as coisas como voce esta fazendo nos dias de hoje.
    Pode estar certa que eu valorizo muito o Amor e dedicacao que voce tem dado aos nossos filhos.
    Te amo muito!
    Sergio

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  11. Antes de comentar tenho que dizer q a declaração do marido foi quase tão "otmia" quanto seu texto! Poucos homens valorizam isso, o que faz com que muitas mulheres se culpem e culpem por ano e anos da vida!

    Mas... ler seu post só me afirma que ñ sou louca quando coloco minha familia em primeiro lugar! Trabalho, sofro demais todos os dias de manha, mas definitivamente não sou workholic, e ñ me acho pior q ninguem por isso!!!
    Parabens pelo post e aproveite muito esses momentos!
    Bjs

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  12. Lu, adorei seu texto e como vc consegue ver as coisas com clareza. Preciso aprender contigo. bj

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  13. Como é bom poder ser mãe em tempo integral mesmo, Lu.
    Só tive este prazer com o meu mais velho. É uma coisa indescritível acompanhar o crescimento dos filhos. Você está sendo uma mãe com estes privilégios e teus filhos sendo acompanhados em fases que mais precisam da mãe.
    Família é tudo e você é uma mãezona.
    Aproveite e curta muito esses momentos tão seus.

    Bjs no coração!

    Nilce

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  14. é, lu, aproveita que aqui do outro lado da moeda, sem filhos mas trabalhando tempo mais que integral nao ta facil :)

    bjos

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  15. Lindoooo...nada na vida deve ter valor maior do que isso. Beijo grande. vivi

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  16. Lindo seu post! Foi pensando nisso que eu e meu marido aceitamos uma transferência para UK com uma bebê de quatro meses! Só de saber que terei esse tempo com ela vale a pena! Adoro seu blog... beijos, Fernanda

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  17. Oi Lu
    Nossa, se eu tentasse escrever sobre meus sentimentos não conseguiria acertar tanto como vcs! Demais este post!
    Fico emocionada ao ver que pessoas como vc conseguem ver que a maternidade dá um romance dos mais maravilhosos do mundo!
    Parabéns por todas as suas conquistas e por sua felicidade!
    Um beijão para a familia toda!
    Pati

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  18. Lu,
    passei para desejar um feliz Natal para você e sua linda família. Que 2011 seja um ano de muitas conquistas, paz e união.

    Aproveitei para me atualizar (ando tão ausente dos blogs...) e quero dizer que assino embaixo desse seu post! Vivemos situações muito parecidas, acredita? Não sinto falta de trabalhar como louca para atingir metas, ganhar bônus (não que eles não fossem ótimos!), mas atualmente a maturidade me permite enxergar o que é importante de verdade. Sinto falta, sim, de ser útil, de aplicar o que levei anos estudando... Só que quando essas dúvidas chegam, penso que a infância passa rápido, que sou muito mais do que útil ao lado dos meus filhos e que esse longo período sabático me permitiu escolher novos caminhos profissionais para o futuro. Parabéns por ter essa oportunidade de vivenciar a maternidade de pertinho. É maravilhoso! E como propaganda de cartão de crédito: não tem preço!
    Beijos

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